07 julho 2005

Pequenas "estórias"


O meu amigo de infância F.C., psicólogo clínico, enviou-me um conjunto de "narrativas" necessariamente ficcionadas de casos que lhe passaram pelas mãos.
Não resisto em iniciar a sua publicação.

"Em paz com as andorinhas"

"Bracinha estava numa fase tranquila da sua vida organizacional, andava à 20 à hora,
A fase da carreira pedia-lhe para manter o conquistado e autorizava-lhe o secreto desinvestimento,
Os traços pessoais viviam da sua resiliência hereditária – seu pai foi actor num teatro popular, onde os seus membros, quando as coisas corriam mal, se despachavam com ½ dose de insultos,
Os significados pessoais inclinavam-no para o exercício da generatividade:
- Uma informação secreta,
- O orgulho de mostrar a pré-inscrição numa Universidade Sénior,
-A secreta irritação junto de certas funcionárias – as andorinhas (expressão utilizada por uma conhecida cientista da estimulação cognitiva), ligadas à teia do mundo informal,
- O combate à inveja praticando o altruísmo junto de funcionárias despachadas.
Um dia no bar ambulante – aquele que está a 5 metros dos elevadores - depois de 15 minutos de banalidades, apercebeu-se que tinha uma colega deliciosa, “ só a beleza pode descer para salvar-nos” (disse para si) ….

Mais tarde, sozinho, agradeceu a sua insignificância, jurando o fim dos jogos com as andorinhas!"

Simplesmente delicioso! Obrigado amigo. Volta sempre!

Sem comentários:

| CUIDA DA TUA VISÃO |