[Com a devida vénia, o "Maquiavel & JB" reproduz aqui o trabalho jornalístico da Sandra Moutinho, da Agência Lusa, a quem cumprimentamos, e publicado no Diário de Notícias na sua edição de ontem. A oportunidade e pertinência do tema justifica mais este serviço público.]
Comprimento médio do pénis português é de 15,82 centímetros
O pénis anda a dar dores de cabeça a muitos homens portugueses, insatisfeitos com o tamanho do seu órgão sexual. Mas nem sempre por este ser demasiado pequeno: também há quem se queixe de o ter grande de mais. [A fartura nem sempre traz a felicidade, ora essa é que é essa].
O falo, principalmente o português, é a personagem principal do livro do sexólogo Nuno Monteiro Pereira O Pénis - da Masculinidade ao Órgão Masculino, acabado de lançar pela editora Lidel, com o qual o leitor fica a conhecer vários estudos sobre a identidade, o culto e as características deste órgão. [Será que os dados biométricos do dito também vão ser incluidos no Cartão do Cidadão?].
Trata-se de investigações que revelam, por exemplo, como andam insatisfeitos alguns homens portugueses com o tamanho do seu órgão sexual, mesmo que em algumas situações não existam razões (ou seja, tamanhos) que o justifiquem. Outras há que as legitimam e exigem mesmo intervenções, do foro médico e psicológico.
Nuno Monteiro Pereira sintetiza nesta obra a investigação realizada sobre a dimensão peniana do homem português, concluindo que o comprimento médio do pénis português é de 9,85 centímetros, quando flácido, e de 15,82 centímetros, em estado erecto.[Atenção, trata-se duma média. Mas apreciem o rigor às décimas do milímetro.]
Na sua pesquisa, Nuno Monteiro Pereira confirmou o mito popular que atribui um pénis maior aos homens de raça negra, já que estes possuem, em média, um falo com 11,90 centímetros, em flacidez, e 17,64 centímetros em estiramento (alongado). [Qual mito, qual quê? Já toda a gente sabia que era verdade.]
Pelo contrário, o especialista deitou por terra "o mito popular de que os homens mais baixos possuiriam um pénis maior", pois os mais baixos contam com menos centímetros (também no falo) do que os altos, da mesma forma que os mais gordos "possuem uma dimensão peniana inferior aos homens mais magros". [Bom, já toda a gente sabe que os pequenotes e gorduchos são uns gabarolas do caraças!]
Os pénis têm, contudo, muitos mais tamanhos e feitios. Há o micropénis (6,2 centímetros flácido e 10,9 centímetros em estiramento), o pénis pequeno (entre 6,3 e oito centímetros em flacidez e 11 e 13 cm em estiramento), o pénis normal (entre 8,1 e 11,7 cm em flacidez e 13,1 e 17,2 cm em estiramento), o pénis grande (entre 11,8 e 13,5 cm flácido e 17,3 e 19,4 cm em estiramento) e o mega-pénis, com mais do que 13,6 cm flácido e mais do que 19,5 cm em estiramento. [Numa economia de mercado claro que os há para todos os gostos e feitios. Só numa economia de direcção central é que os ditos eram todos iguaizinhos.]
Existem pénis em Portugal com todos estes tamanhos. Contudo, apenas um por cento da população (cerca de 50 mil portugueses) possui um megapénis, e muitos gostariam de o não ter. Já pénis exagerados (cujo perímetro em flacidez ultrapassa os 11,6 centímetros) encontram-se em 4,8 por cento da população masculina (240 mil portugueses). [Tal como na distribuição da riqueza, também só temos 11.000 portugueses milionários.]
Nuno Monteiro Pereira esclarece que "o excesso de dimensão peniana tem alguns inconvenientes". "O coito entre uma mulher com vagina curta ou estreita e um homem com o pénis volumoso pode ser difícil e bastante doloroso, especialmente para a mulher", afirma. [Ora isto é que é o grave de toda a questão. É urgente que seja aplicada rapidamente a norma ISO 2000.]
Em alguns casos, existe uma relação directa entre o grande volume peniano e a disfunção eréctil e é nestes casos que os homens com megapénis recorrem ao médico com vista à correcção da anomalia. É, contudo, muito mais comum o recurso à medicina pelo motivo oposto: um pénis pequeno de mais. Para os médicos, no entanto, só o micropénis e o pénis pequeno é que tem morfologia anómala e devem, por isso, receber intervenção clínica. Em Portugal, existem 180 mil homens com micropénis (3,6% da população), enquanto 18,3% (915 mil) têm o pénis pequeno. [Nós temos a solução! Ver a próxima edição do "Maquiavel & JB".]
Nuno Monteiro Pereira deixa ainda neste livro outro número curioso: mais de um quarto dos homens adultos portugueses já mediu o pénis erecto. [Não é o número que é curioso. Curioso é o português!!!]
[A D. Mimi, a minha vizinha do 3º Dto, acha que o Diário de Notícia falhou no marketing. Porque não distribuiu uma fita métrica com esta edição? Depois o Ti Jaquim Oliveira enerva-se com a queda de vendas. Boa, D. Mimi. Ainda vai chegar a Directora.]