Vamos lá ver, de aeroportos ainda percebo umas coisas. Salas de embarque e "free shops", mas não só.
Quanto à polémica que por aí vai, eu estou de lado. Não concordo com nenhuma das opções, que são todas uma m****. Eu sou mais democrata. Um aeroporto para todos os portugas! E mai' nada!
Daí que me tenha posto “nas minhas tamanquinhas” e de projecto enroladinho debaixo do braço fosse apresentar a minha ideia a Belém. No fundo, uma reacção natural ao "gesto patriótico" do empresário Van Zeller, o patrão da Confederação da Indústria Portuguesa.
Pois bem e em poucas linhas aqui fica o relato da reunião com o Senhor Presidente. Para quem tem a ideia peregrina da figura esfíngica, fria e distante do Chefe de Estado aqui fica o meu testemunho. Uma pessoa bem disposta, espírito aberto e até com algum sentido de humor.
- Diga-me lá, quer que o trate por doutor, engenheiro, arquitecto, professor…?
- Se o Senhor Presidente não se importa prefiro que me trate por Belmiro, Amorim, Espírito Santo, Melo, ou outro qualquer, menos qualquer um dos que financiou o estudo do Van Zeller.
O Presidente sorriu e partimos para a apresentação da ideia. Desfiz o rolinho em cima da mesa de trabalho que serve também para as reuniões com o Primeiro-Ministro e, palavra!, o Presidente ficou boquiaberto. Digamos que também não era para menos. O mapa de Portugal e um aeroporto que rasga o país de lés-a-lés. Desde a raia de Chaves a Albufeira. Passada a surpresa inicial e já refeito, o Presidente faz a pergunta sacramental nestas situações.
- O Sr. Belmiro acha que isso é possível?
- Senhor Presidente, este é o único projecto que reconciliará os portugueses e não terá nenhum dos problemas que todos os outros apresentam, nomeadamente de esgotamento temporal da operacionalidade.
Claro que já estava à espera da pergunta que revela a inteligência de um Presidente e ela não se fez esperar.
- Sr. Amorim, estou entusiasmado, mas há um pequeno senão. Sendo Portugal atravessado pelo conjunto montanhoso Montejunto-Estrela, como se resolve o problema do aeroporto nessa região?
- Nada que não tenha sido pensado, Senhor Presidente. Será construído um túnel que preservará a riqueza ecológica de Montejunto e a estância de Inverno da Torre.
O Presidente coçou o queixo, mas rapidamente deu o seu assentimento com a cabeça. Mas ainda a procissão ia no adro. É que além de político, o Presidente é um distinto economista e a questão do montante do investimento e do consequente financiamento era decisiva.
- Sr. Espírito Santo, quanto é que isso vai custar, sem derrapagens, e como se financia?
Respondi que a engenharia financeira do projecto era simples e que o montante do investimento não era sequer relevante, assegurado que estava o financiamento. Concordou e pediu pormenores.
- Sr. Melo, diga-me lá quais são as fontes de financiamento previstas e eventualmente já negociadas.
- Pois bem, se Vossa Excelência me permite estão pensados 4 mil e tal Cortejos de Oferendas em todas as freguesias do país, peditórios dominicais nos respectivos adros das igrejas, rifas semanais e 1000 concertos do Tony Carreira. O que falta vem do que não se gasta na Ota e o resto são fundos comunitários.
O Presidente ficou siderado com esta engenharia financeira do projecto.
- Sr. Belmiro, perdão, Sr. Amorim, avance homem. Fale com o Ministro Mário Lino e diga que vai da minha parte”.
Pois bem e em poucas linhas aqui fica o relato da reunião com o Senhor Presidente. Para quem tem a ideia peregrina da figura esfíngica, fria e distante do Chefe de Estado aqui fica o meu testemunho. Uma pessoa bem disposta, espírito aberto e até com algum sentido de humor.
- Diga-me lá, quer que o trate por doutor, engenheiro, arquitecto, professor…?
- Se o Senhor Presidente não se importa prefiro que me trate por Belmiro, Amorim, Espírito Santo, Melo, ou outro qualquer, menos qualquer um dos que financiou o estudo do Van Zeller.
O Presidente sorriu e partimos para a apresentação da ideia. Desfiz o rolinho em cima da mesa de trabalho que serve também para as reuniões com o Primeiro-Ministro e, palavra!, o Presidente ficou boquiaberto. Digamos que também não era para menos. O mapa de Portugal e um aeroporto que rasga o país de lés-a-lés. Desde a raia de Chaves a Albufeira. Passada a surpresa inicial e já refeito, o Presidente faz a pergunta sacramental nestas situações.
- O Sr. Belmiro acha que isso é possível?
- Senhor Presidente, este é o único projecto que reconciliará os portugueses e não terá nenhum dos problemas que todos os outros apresentam, nomeadamente de esgotamento temporal da operacionalidade.
Claro que já estava à espera da pergunta que revela a inteligência de um Presidente e ela não se fez esperar.
- Sr. Amorim, estou entusiasmado, mas há um pequeno senão. Sendo Portugal atravessado pelo conjunto montanhoso Montejunto-Estrela, como se resolve o problema do aeroporto nessa região?
- Nada que não tenha sido pensado, Senhor Presidente. Será construído um túnel que preservará a riqueza ecológica de Montejunto e a estância de Inverno da Torre.
O Presidente coçou o queixo, mas rapidamente deu o seu assentimento com a cabeça. Mas ainda a procissão ia no adro. É que além de político, o Presidente é um distinto economista e a questão do montante do investimento e do consequente financiamento era decisiva.
- Sr. Espírito Santo, quanto é que isso vai custar, sem derrapagens, e como se financia?
Respondi que a engenharia financeira do projecto era simples e que o montante do investimento não era sequer relevante, assegurado que estava o financiamento. Concordou e pediu pormenores.
- Sr. Melo, diga-me lá quais são as fontes de financiamento previstas e eventualmente já negociadas.
- Pois bem, se Vossa Excelência me permite estão pensados 4 mil e tal Cortejos de Oferendas em todas as freguesias do país, peditórios dominicais nos respectivos adros das igrejas, rifas semanais e 1000 concertos do Tony Carreira. O que falta vem do que não se gasta na Ota e o resto são fundos comunitários.
O Presidente ficou siderado com esta engenharia financeira do projecto.
- Sr. Belmiro, perdão, Sr. Amorim, avance homem. Fale com o Ministro Mário Lino e diga que vai da minha parte”.
6 comentários:
pois qualquer dia, nasce um aeroporto em cada esquina, só aí gregos e troianos ficarão felizes
pelo menos tem emprego enquanto se faz o aeroporto depois é o desemprego, mas pode ser que o "A380" apareça por portugal quem sabe
Passo e no meu rastro um desejo e um beijo... bom domingo
Pois da maneira que vamos...
Algum dia o país inteiro não passará de um aeroporto enorme...
Uma beijoka
tá feito. vou por em leilão umas loiças de defunta Fabrica de Loiças de Sacavém (que a minha Mulher guarda com desvelo) para o cortejo de oferendas.
que o amor da Pátria nunca (te) esmoreça...
Não estou de acordo! Então e o pessoal que, tacitamente já investiu junto à fronteira e à beira-mar? Ficavam a mamar no dedo. Nah, não pode ser. Única alternativa; converter todo o país num aeroporto!
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