14 abril 2005

Isto é um País de "empreitas"


A "linguagem do betão" chegou a todo o canto e esquina. Na política, então, é mato.
Veja-se como é empregue a esmo a palavrinha "pilar"!
"Pilar" é, nem mais nem menos, uma "coluna que sustenta uma construção".
Mas não há discurso político digno de nota que não seja polvilhado, e bem polvilhado, com "pilares".
Veja-se: "Os três pilares da democracia...", "as nossas políticas sociais assentam em três pilares ...", "os três pilares que sustentarão as nossas reformas estruturais...", etc., etc..
É a típica linguagem dos "empreitas" invadindo a política. E é chic, pois claro.
Depois não se admirem de haver por aí muitas cabecinhas cheias de areão!

A juntar a este original discurso, outra das curiosidades que tenho notado é o número de pilares que é referido! Geralmente são sempre três. Porquê, essa fixação nos três? Será que os três assumem assim uma importância tão decisiva? Sem os três as coisas não funcionam? Alguém sabe explicar? E mais não digo, senão ainda me acusam de linguarudo.

12 abril 2005

As despedidas à Santana

Santana sem nada para dizer ao Congresso Laranja, enrolou quanto pôde, para, no primeiro discurso, anunciar solenemente: "Vou andar por aí.". E se Deus quiser até vai. A menos que faça como o Portas.

Não satisfeito e porque terá percebido que os laranjas não o perceberam, volta à carga numa segunda intervenção.
Blá, blá, trréu-péu-péu...pardais ao ninho e lá vai dizendo que nunca se despede dos filhos, que nunca os leva à estação do combóio ou ao aeroporto, etc. e tal, para concluir afinal que não gosta de despedidas.

E termina desta forma eloquente: «Detesto despedidas e, por isso, nunca me despeço. Até amanhã, se Deus quiser.»
Até amanhã, Santana. A malta nunca se despede. É despedida.

11 abril 2005

De Eugénio de Andrade...


ADEUS

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.

O Fumo Branco de Pombal

Tal como previ aqui, o Luís saíu "Papa" em Pombal. A tribo dos "cardeais" fez-lhe o jeito, mas deixou um aviso com prazo de validade.
Agora o Sócrates que se cuide. Vai ter oposição de tacão alto. Sempre acrescenta alguma coisa aos 150 cm.
Expectativas? Vamos ver, como diz o cego.

09 abril 2005

A Fama do Senhor dos Anzóis

É uma autêntica loucura no Extremo Oriente! Os clubes de fãs multiplicam-se como cogumelos. Chinocas, Japonocas, Tailandocas, Filipocas...dão em doidas. Pudera!

A Federação Internacional de Fãs de Olhos em Bico mandou-me uma mensagem muito ternurenta e que me turbilhou emocionalmente. É pena não poder reproduzi-la aqui.

A beleza de sentimentos explicitamente declarada não tem paralelo na cultura ocidental. Só a sensibilidade oriental é capaz de tamanha elevação estética e poética.
Confesso que não tenho palavras para retribuir [vinha a ler as Páginas Amarelas no autocarro e deixei-as lá].
Resta-me dizer OBRIGADO!

O Futuro de Santana Lopes

Não foi preciso consultar qualquer oráculo ou as estrelas.

"Não vou ficar aqui. Vou andar por aí.", Santana dixit.

Cá te esperamos nas Docas, na Kapital, no Barco do Amor..., camarada! Já agora, não arranjas alguns colinhos de Famalicão para umas farras? Também podem ser bacanais! A malta agradece.

08 abril 2005

O Conclave Larange

Começa hoje em Pombal o conclave dos laranjas. Pombos e pombinhas vão chocar o ovo de que sairá o Pombo-Mor.
A liturgia seguirá os cânones tradicionais. Haverá as homilias do costume pelos "irmãos" maiores e menores da "congregação".
O momento alto, a chamada catarse, será o cerimonial de excelência. A verdadeira terapia de choque aplicada aos traumatismos recalcados. A penitência será proporcional à gravidade dos pecados cometidos. Esperam-se "excomunhões"!
Dois "sacerdotes" vão-se submeter ao sufrágio do rebanho. Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes foi o que se arranjou. A maioria espera a terceira via sebastiânica.

O Patrocínio e o Apoio

Já se sabe que Marques Mendes não vai usar sapatos de tacão alto. Tem o patrocínio das Páginas Amarelas: Meia dúzia de Listas Telefónicas. E resolve-se um dos problemas. Os queixos do "minorca" ficarão 5 cm. acima do púlpito, facilitando a audição aos que se sentam para lá do meio da sala.

Filipe Menezes tem o apoio de Pinto da Costa. Mau augúrio! Espera-se que chore na sessão de encerramento. "Lágrimas de Crocrodilo", sonata para violino e flauta. Segue-se o hino "Victis Honor!", cantado pelo maralhal num registo pop-rock.

Domingo, dia 10

Ganhou o Luís. Tudo na mesma no laranjal! É a debandada dos pombos e pombinhas.
Esperam por Cavaco, o Salvador. Prometem trabalho duro nas Presidenciais.
E siga o baile!

| CUIDA DA TUA VISÃO |