A Assembleia Municipal de Braga aprovou, em reunião extraordinária, a manutenção do mapa das sessenta e duas freguesias do concelho de Braga, com os votos de todos os presidentes de junta de freguesia, repito, de todos os presidentes de junta e dos deputados das bancadas do PS, da CDU, BE e PPM. Ou seja, uma claríssima maioria foi favorável à manutenção das sessenta e duas freguesias de Braga, numa clara rejeição da Lei da Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, aprovada na Assembleia da República com os votos favoráveis da coligação de governo PSD-CDS/PP.
Ora o pronunciamento a favor da manutenção do mapa de freguesias de Braga, tal como está, pela Assembleia Municipal de Braga, contrariado apenas pelos votos das bancadas do PSD e do CDS/PP, levanta um problema sério à coligação “Juntos por Braga” e que urge rapidamente esclarecer: De que lado está a coligação? Do lado das freguesias, ou do lado do governo? É que a posição de voto, quer no executivo camarário, quer na assembleia municipal, está em flagrante contradição com o voto dos autarcas de freguesia da coligação “Juntos por Braga”. Então em que ficamos? É que as populações das freguesias de Braga querem saber, muito legitimamente, de que lado está o líder da coligação “Juntos por Braga”. Se está com elas ou se está com uma lei que ele, ironicamente, classifica como “uma má lei”. E é nesta teia de contradições que os partidos da coligação, PSD e CDS/PP, e o próprio líder e candidato à Câmara de Braga nas eleições de 2013 têm “navegado”.
Para já ficamos a saber que o líder da coligação, diz que a lei é má, isto para tentar agradar às freguesias, mas no entanto defende a sua aplicação, apesar de má, repito, para agradar ao governo do seu partido. Ou seja, os bracarenses na sua sincera sabedoria já perceberam que o candidato da coligação “Juntos por Braga” à Câmara Municipal, num circense jogo de cintura, quer agradar a “Deus e ao diabo”. Mas o líder da oposição “Juntos por Braga” devia ser uma pessoa avisada e saber que, como se diz em Mateus 6:24, “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro”.
Portanto, toda e qualquer argumentação que tem vindo a ser expendida pela coligação “Juntos por Braga” sobre esta matéria não deixa de ser um exercício do ridículo político, e já agora devolva-se a acusação de estar a “gerir demagogicamente este processo, com base num mero taticismo eleitoral”.
Mas este não é o único “pecado” da coligação “Juntos por Braga”, ou seja, a falta de lealdade para com as freguesias do concelho de Braga e as suas populações. É também a questão da relação de confiança política entre o líder da coligação “Juntos por Braga” e os presidentes de junta e demais eleitos pela mesma coligação nas freguesias.
O voto na última assembleia municipal dos presidentes de junta da coligação “Juntos por Braga”, tem uma consequência política importante. Em nome dos fregueses que os elegeram, têm o legítimo direito de exigirem do líder da coligação, e candidato a presidente da câmara, uma posição clara e inequívoca de repúdio da famigerada “má lei” da Reorganização Administrativa que determina a extinção de freguesias. A menos que queiram ser acusados de hipócritas e coniventes com alguém e um projecto político de uma coligação que, nas costas das populações, quer, afinal, “servir a dois senhores”.
Depois da posição política e dos argumentos expendidos pelo líder da coligação “Juntos por Braga” no executivo municipal e pelo líder da bancada do PSD na assembleia municipal, não terão sentido os senhores presidentes de junta eleitos pela coligação um valente “murro no estômago”? Como poderão aceitar concorrer nas futuras eleições por quem foi responsável e esteve de acordo com a uma lei de extinção de freguesias?