07 novembro 2005

E a gente que o ature!

O prof. Medina Carreira tem um problema, aliás dois.
Zangou-se com o Partido Socialista no tempo de Guterres e há muito tempo que anda zangado com a vida.
É um reputado fiscalista, conhecedor de manigâncias que a maioria de nós nem sonha, mas esta semana à pergunta do Expresso "Como analisa a evasão fiscal de capitais nacionais através da banca?", responde com um "Desconheço o que se passa.".
Só me dá para concluir uma coisa: Metade do cérebro deste senhor também deve ter fugido para o estrangeiro.

Vale a pena ler!

Publicado n' O Vizinho

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar "afro-americanos" aos pretos, com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a "empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio doméstico".De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos"; passaram todos "auxiliares da acção educativa".Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de "delegados da propaganda médica". E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas".Os drogados transformaram-se em "toxicodependentes" (como se os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!); o aborto eufemizou-se em "interrupção voluntária da gravidez"; os gangues étnicos são "grupos de jovens"; os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas, essas, vistas de dentro são "unidades produtivas" e vistas da estranja são "centros de decisão nacionais".O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à"iliteracia" galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes "Conforto" e "Turística".A Ágata, rainha da música pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...»; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um "comportamento disfuncional hiperactivo". Do mesmo modo, e para felicidade dos "encarregados de educação", os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, "crianças de desenvolvimento instável".Ainda há cegos, infelizmente, mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o "politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...)Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em "implementações", "posturas pró-activas", "políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem.E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.À margem da revolução semântica ficaram as putas. As desgraçadas são ainda agora quem melhor cultiva a língua. Da porta do quarto para dentro, não há "politicamente correcto" que lhes dobre o modo de expressão ou lhes imponha a terminologia nova. Os amantes do idioma pátrio, se o quiserem ouvir pleno de vernaculidade, que se dirijam ao bordel mais próximo. Aí sim, um pénis de 25 centímetros é um "car**** enorme" e nunca um "órgão sexual masculino sobredimensionado"; assim como dos impotentes, coitados, dizem elas castiçamente que "não levantam o pau", e não que sofrem de "disfunção eréctil".

Brilhante texto da autoria de Zé António de Àgueda e Carlos Marques

03 novembro 2005

Mau, mau...

A Tininha dos frangos, que tem uma banca no Bolhão, jurou-me que ouviu na rádio que agora vem aí a "gripe do peixe congelado". A ser verdade, não admira. Com aquele gelo, quem é que não apanha gripe?

Mas para mim, isto cheira-me a esturro. É a guerra dos lobbies dos frangos e da pescada congelada.

O feitiço virou-se contra o feiticeiro

O vírus da gripe das aves, o famoso H5N1, acaba de contrair o próprio vírus. Ou seja, nem ele escapou à gripe das aves.
Segundo especialistas, o resultado será surpreendente. O vírus H5N1 entrará em autodestruição.
Querem melhor notícia? Como diz o povo, "o feitiço virou-se contra o feiticeiro".

Já há cartazes de campanha

Cavaco já lançou o seu primeiro cartaz de campanha:

Portugal precisa de si!

E o segundo já está na forja. Ainda mais sugestivo:

E dispensa-me a mim!

Apoio de peso!

O Cavaco vai ficar com os dentes como ossos.
Não sei como te agradecer, Albert!

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