31 março 2005

A Arlete consultou-me...

Apesar de não ser especialista em matéria de "casos", não falta quem me procure para a consultazinha da ordem, acreditando nas minhas capacidades de vidência ou porque já correram Seca e Meca e eu sou a últina tábua de salvação.
Os assuntos e as razões são múltiplas e variadas, do tipo :
“A Sãozinha do Alívio deitou-me as cartas e estava lá, preto no branco, que no Verão do próximo ano eu vou ver-me livre do meu Neca e encontrar finalmente o meu “príncipe encantado”; um chavalo vinte e cinco anos mais novo. Será que ainda vou aturar aquele marmanjo esse tempo todo? E o "doce" quando chegará?”.

Arlete S., 50 anos, industrial de cafetaria.

Minha cara Arlete: A confirmar-se a previsão da Sãozinha do Alívio, o seu desassossego e inquietação ainda vão durar qualquer coisa como um ano e tal, o que pode levá-la a cometer alguma loucura, do tipo encomendar um AVC fulminante pela Internet para o seu marido e passar o resto da vida com remorsos de ter cometido o cybercrime perfeito, ou ser perseguida pela alma do defunto, o que traz um incómodo do caraças. E, olhe!, lá se vai o futuro côr-de-rosa por água abaixo.
Se acha que é tempo demais, há sempre uma saída mais civilizada e expedita. Pode sempre dar com os butes ao Neca, entre um pingo e uma torrada. Mas o meu conselho é, como não podia deixar de ser o de um profissional competente: Para já aguente o Neca e ponha-o de porteiro no seu boteco.
Quanto ao chavalo que lhe cairá do céu, ponha sempre a hipótese muito provável de ser qualquer coisa como um nevão em pleno carnaval brasileiro. Percebe, não percebe? Pois...
Se é alguém que costuma ajudá-la a mudar os barris da cerveja, não é menos certo que é um qualquer lampião em quem você ainda nem sequer reparou. Logo não é excessivo concluir que se até agora o rapazola não mereceu os favores da sua atenção, é porque a peça não representa, como agora se diz, qualquer valor acrescentado relativamente ao Neca.
Portanto, não vá nessa treta dos 25 anos mais novo e da cabeça rapada, com litros de testosterona para sustentar várias famílias. Isso é uma modernice de algumas actrizes e tias nossas conhecidas já fora do prazo de validade.
Portanto Arlete, o primeiro conselho que lhe dou é este: Deixe de ler a Maria! Mas deixe mesmo. Corte radicalmente. Depois, se a minha intuição funciona, três colheres de sopa por dia de xarope de mel e alhos cozidos, trazem-lhe de volta o Neca de outros tempos.
Se ele suspeitar da receita, diga-lhe que é para prevenir a pedra na vesícula.
Experimente e verá que daqui a ano e meio já não se lembra do "embrulho" da Sãozinha do Alívio.
Agora não se esqueça de me mandar os 50 Euros. Não passo recibo porque não lhe desconta no IRS. O que é injusto. Eu fujo aos impostos e você vai ter de chupar com o Neca.

29 março 2005

A verdadeira história da Treta...


TONI: Ó Zézé, então encontrastes o Santana Lopes na Kapital, bebeste umas bejecas com ele para festejar o regresso à Câmara e não me dissestes nada? Tou sentido contigo, Toni. Eu pensava que era o teu melhor amigo e que era o primeiro a saber. Afinal...nicles.
ZÉZÉ: Eh pá, Toni, aguenta os cavalos. No outro dia, nem de propósito, batestes um grande coro à Minda Faneca, fostes levá-la a casa, fizestes-te convidado, entrastes e só saístes de lá às cinco da matina e julgas que eu não soube? Eh pá, Toni, diz lá, eu fui tirar satisfações contigo, fui? Não fui, pois não? Então, tamos quites.
TONI: Lá isso é verdade, Zézé. Mas a política não tem nada a ver com mulheres e o Santana Lopes não tem nada a ver com a Minda Faneca...
ZÉZÉ: Toni, aí é que tu t´enganas. Então não tem, pá? Lembras-te quando o Santana apareceu lá no Bairro com a tropa dele para colar cartazes da campanha? E lembras-te quem lhe lançou a escada, lembras-te? Vê lá, puxa pela tola, Toni.
TONI: A Minda Faneca? Acertei?
ZÉZÉ: Evidentementes que foi a Minda Faneca, Toni. Eh pá e lembras-te daquela cena de trolha por causa do licenciamento da vivenda do meu velho que o Santana tinha prometido?
TONI: Zézé, por acaso não tás a exagerar? O teu velho tem alguma vivenda, tem?!!!!!!
ZÉZÉ: Prontes, está bem, Toni. Eh pá, não é uma vivenda como as da Quinta da Marinha, mas... Deixa lá isso. Lembras-te ou não da cena?
TONI: Se me lembro, Zézé! Aquilo é que foi cair molho. Ainda parece que m’ estou a ver a enfiar uns bojardos no Adjunto do Santana. Toma, pimba, enfarda...
ZÉZÉ: E o Santana tava lá nessa altura. Eh Toni, eu miquei logo que tava ali um futuro ex-primeiro-ministro cheio de potencial. Fui o primeiro a dizer isso. Está aí o Lambretas que não me deixa mentir. Eu tinha cá uns palpites qu’ele vinha a ser o chefe do PPD / PSD quando o Durão fosse prá Europa.
TONI: Eh pá, Zézé, eu não tenho essa ideia dele. “Não estou de todo de acordo consigo”, como diria o Pacheco Pereira. Upss! Isto é qu’ é falar. P’ra ser sincero, eu acho qu’ele é um merdas, só tem gogo, prontos.
ZÉZÉ: Eh pá, Toni, não sei se já percebestes que tás a desconsiderar um amigo meu. Tás, por acaso, a querer dizer, ou deixa cá ver, tás, por acaso, a insinuar que ele é assim a modes que uma espécie daqueles que não podam nem saem de cima da árvore? É isso, Toni?
TONI: Ouve lá, tu não achas que tamos a fugir ao assunto da treta que tivestes com o Santana lá na Kapital? Vá lá, o qu’é que foi qu’ele te disse quando te encontrou? Diz lá, Zézé.
ZÉZÉ: Eh Toni, somos amigos, pá, mas eu não te posso dar promenores sobre a odiência que tive cu Santana.
TONI: Tás a brincar comigo, Zézé. Odiência?! Não foi na Kapital que tu o encontrastes?
ZÉZÉ: E despois, Toni? Assim a odiência passou desapercebida à Televisão. Já vistes, Toni, eu a mandar umas bocas prá televisão e aquelas secas dos repórteres a preguntarem ao Santana donde me conhecia, etc. e tal, ou então a preguntarem a esta pinta se ele estava a convidar-me p’ra chefe de gabinete dele para controlar o Carmona, ou se o meu Rolex tinha sido palmado, e mais daqui e dacolá... pois claro...
TONI: Zézé, vou-me embora. Tá na hora de lançar a escada à Minda Faneca.
ZÉZÉ: Toni, pá, vê-se logo que não t’ intressa a política. Topa-me só esta entrada por trás da pintarolas da SIC: “Senhor Dr. Zézé, em directo para a SIC. É verdade que o senhor é o único que viu as cicatrizes que o Dr. Santana Lopes tem nas costas?”. Vê só, Toni, o grau de dificuldade da questão que me foi colocada. Então eu, segurando o queixo, olhar fixo no chão e pernas semi-abertas, vou levantando lentamentes a cabeça e com ar a modes que de político da nova vaga, disparo: “Oh jovem, naturalmente que não espera que eu esteja de acordo com a enormidade de tal questão. Está a insinuar o quê?”. Furminante, Toni. Mandei uma de inteligentes à moda do Alberto João e arrumei com a garina.
TONI: Eh pá, Zézé, tu tens mesmo jeito p’ rá politica, pá. Sabes que tenho andado a pensar que podíamos fazer um partido. Assim a modes que...
ZÉZÉ: Deixa-te disso Toni. Vai mas é botar a escada à Minda Faneca.

28 março 2005

O Pensamento da Semana

"Dizem que os Gémeos são como os gatos: à medida que envelhecem ficam mais inteligentes e mais novos".

Não sei quem foi o autor, mas pela parte que me toca aqui ficam os meus agradecimentos.

Receitas culinárias não são só com o Quim Barreiros...

Grelhado Afrodisíaco

Ingredientes:
100 grs. de alho francês
400 grs de carne de javali ou de cordeiro
2 colheres de sopa de caldo de carne
150 grs. de brócolos
2 colheres de sopa de molho de tomate
4 colheres de sopa de cebolinha picada
4 colheres de sopa de hortelã picada
1 colher de sopa de sumo de limão
1 colher de sopa de ervas picadas ( salsa, coentros, etc.)

Confecção:
Arranje o alho francês e corte-o em rodelas não muito finas.Corte em tiras a carne de javali.Lave e arranje os brócolos, separe-os em galhinhos.Ponha uma chapa ao lume de grelhados a aquecer.Misture a carne com todos os temperos.Deixe tomar gosto por 5 minutos.Ponha todos os ingredientes na chapa já quente e deixe grelhar virando a carne e legumes de vez em quando.Depois de grelhado regue com manteiga derretida misturada com sumo de limão ou se preferir um fio de azeite.

Agora mãos à obra e que lhe faça bom proveito!

Um Poema de sempre!


Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca


Vamos ver como o "bronco" do Carlos se desamerda...

Segundo o Correio da Manhã de hoje,

O bispo de Salisbury, David Stancliffe, assegurou ao jornal ‘The Sunday Times’ que as normas de sua Igreja obrigam o herdeiro da coroa britânica a pedir perdão pelo adultério antes que se case com Camilla, no dia 8 de Abril, em Windsor.

Significa isto que o príncipe de Gales terá de pedir desculpas ao ex-marido de sua noiva, Camilla Parker- -Bowles, por ter mantido relações com esta durante o seu casamento.
Segundo o bispo, Carlos tem de “reparar a ofensa”, mas não determina como é que o príncipe se deve desculpar ao tenente Andrew Parker-Bowles. (...) O bispo de Salisbury afirma ainda que a missa que acontecerá depois da cerimónia civil, deverá incluir orações de penitência dos noivos. “A preparação prévia a estas orações deve incluir a reparação das ofensas, o restabelecimento das relações e uma atenção séria às relações terminadas por má conduta”, explica o bispo David Stancliffe – considerado uma autoridade em serviços religiosos da Igreja britânica.
Por sua vez, a Clarence House alega que este é um assunto privado, razão pela qual se recusa a comentar o possível pedido desculpas de Carlos a Andrew Parker Bowles – o qual está convidado para o casamento.

Resumindo e concluindo: Será que aos ingleses só falta inventar a roda? Já agora, para ficarem quites, porque é que o ex-marido não se atira à mulher do Carlinhos?

Diário 2

Quando o meu olhar
Encontra o teu
Pintado de azul celeste
A vida, por um instante, é enorme.

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