13 janeiro 2010

Poema duma vida do caraças (Adaptado)

Eu,
Eu podia ter 1000 coisas,Eu podia pensar em 1000 coisas,Eu podia ver 1000 coisas,Eu podia ouvir 1000 coisas,Eu podia gostar de 1000 coisas,

Mas eu sou um esquisito Do caraças!
No entanto,
Eu
Só te tenho a ti,[O caraças, agora nickles]

Só penso em ti,Só te vejo a ti,Só te ouço a ti,Só gosto de ti,
E já não sei se vale a pena.
Isto não será Alzheimer ao contrário?
Cumcaraças, gasto tanto tempo
Contigo pranada!

E eu até julgava que tinha jeito pramar,
[Amar-te assim perdidamente, como eu gosto,
E acho que tu também,
Até que os lençóis se queixassem de tanto esfreganço].
Mas agora vejo que as gajas me mentiram. Nunca mais lhes perdoo.
Porém tu,eras especial,
Aquela do poema que dediquei aos animais de estimação,
E que ficaram chateados, Para mim com ciúmes...
Mas tu és uma mal agradecida,
Não me queres ter a mim, Que te tenho sem te ter,
Não pensas em mim, porque é verdade - não tens idade pra pensar -
Não me vês, a mim, mas hei-de levar-te à MultiÓpticas,
Não me ouves, a mim, mas vais ao otorrino que eu pago
Com as sobras do subsídio da Previdência,
Não gostas de mim, suspeito, Porque dei em desconfiado.
Cumcaraças, isto não se faz
A quem te pagou almoços e jantares do caraças nas Mamas Gordas!

Lembras-te, amor, ficava na Areosa. Diz lá: Era um tasco com classe.
As putas da zona não entravam lá. Agora dou comigo a pensar
Que eras a excepção. Mas naquela altura eras uma Cenhora e pêras!
Agora estou desolado, meu amor,
Porque foste uma "gaija" do caraças, Mas só a fingir.
Isto já não é Alzheimer, É pior.
Por isso,Vai... pentear macacos, mil macacos,
Mais as macacas,

Vai... dar banho ao cão, mil cães,
E respectivas esposas,

Vai... dar uma volta ao bilhar grande, mil voltas,
Até ficares tonta e confundires as bolas
Com aquelas que eu cá sei. Não te rias que estou a falar a sério.

Vai... caçar gambozinos, mil gambozinos,
Mailas gambozinas cheias de morrinha.
Vai... encher sacos de ar quente, mil sacos,
E aquecer os pés a mortos.
Vai e não voltes mais, amor, porque amar dá trabalho

E eu sou um preguiçoso do caraças, E perdeste a vontade.
Vai, vai, vai, vai, desaparece
Que eu pago-te o autocarro. Queres?
Se gostas de eléctrico também pode ser.

Mas eu aconselho-te o metro que é fixe, meu amor,
Vai-se mais aconchegado, O roço é de cair pró lado do inchaço,
E ficar sem a carteira
Dá cá uma pica do caraças.
Faz-me a vontade que eu arranjo-te emprego e continuo
A tratar-te por "amor".
Pode ser num talho? Não sei se gostas de mexer em febras.
Eu já sabia que me ias dizer que isso é trabalho
Para ginecologistas. Mas olha que não é.
E não sei como te veio essa à ideia, Estranho não é?
O tempo está maduro, diz o povo que me adora ver feliz.
E eu gosto de o comer fatiado [o tempo, claro].
Tu já me tinhas dito que tempo de escabeche também
Era do baril. São gostos, amor,
Mas olha que ainda hoje recusei um manjar desses.
Cumcaraças quantos versos mais faltarão
Para tu perceberes que afinal a vida
É assim que a modos dum poema
Sem rima,
Afónico,
Disléxico,
Despenteado,
Complexado,
E que adora calças com cinta descaída.
Olha, eu não acho piada nenhuma! Mas isso sou eu.
Adeus, meu amor,
Que tiveste a paciência de Rimar comigo, digo eu,
Que não faço ideia nenhuma se a poesia é fêmea,
Ou macho com nome de mulher.
Cumcaraças, até quenfim!
Será que perdeste uma queca

Por minha causa?
Deixa lá, o telemóvel há-de tocar mais vezes.


Dassss! Já me doem os dedos de tanto teclar.

1 comentário:

Fallen disse...

Ahahahahahah essa veia de poeta até me arrepia o cabelinho do sovaco!

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